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NOTA DE REPÚDIO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Data de publicação: 28 de abril de 2023. Categoria: Notícias

NOTA DE REPÚDIO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

A Faculdade de Educação vem a público lamentar os recentes episódios de violência em diferentes escolas de educação básica do país e, em particular,
manifestar pesar pelas mortes ocorridas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia em São Paulo (SP) e no Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha em Blumenau (SC).
Manifestamos nossa solidariedade às crianças, jovens, professoras e professores e demais profissionais da educação e aos familiares que vivenciaram
situações traumáticas de violência e barbárie que deixarão marcas profundas.
Entendemos que o fenômeno da violência tem como solo uma sociedade extremamente desigual, marcada pela agudização da fome, da miséria e da violência em suas diferentes expressões. Nesse sentido, os ataques às escolas estão no bojo dessa estrutura, associadas ainda a uma política beligerante vivenciada nos últimos anos, que culminou em um cenário de muitos retrocessos e conservadorismo.
A naturalização de discursos de ódio, desinformação e discursos negacionistas, herança do governo Bolsonaro, fizeram recrudescer na sociedade
comportamentos violentos, representados, por exemplo, no crescimento de grupos extremistas nazistas e neonazistas em nosso país, que afrontam em absoluto, princípios fundamentais da vida e dignidade humana.
É preocupante, que em um cenário de barbárie e medo coletivo, ganhem acento no campo educacional a defesa de projetos conservadores, que encampam a defesa de pautas transgressoras de direitos, como o Escola sem partido, o homeschooling, o armamento dos profissionais da educação e as escolas cívicomilitares, estas últimas experiências fracassadas, marcadas pelo autoritarismo e silenciamento dos corpos, contrárias a um projeto formativo de uma sociedade justa e democrática.
Reafirmamos a escola e a educação como espaço de apropriação do conhecimento, de construção de múltiplas aprendizagens, um território de respeito às diferenças e cultivo do bem-comum, e ao mesmo tempo repudiamos qualquer tentativa de esvaziamento da finalidade do trabalho docente e da própria educação, delegando a segurança das escolas aos educadores, desresponsabilizando o Estado do seu papel de provedor da segurança pública.
Defendemos a implementação de políticas públicas interministeriais de combate à violência nas escolas e na sociedade, ratificando a escola como espaço de formação humana. Não precisamos de escolas fechadas, precisamos de uma sociedade segura. Não precisamos de armas nas mãos da população, precisamos de um Estado provedor que garanta políticas públicas de redução da desigualdade social e de investimento em segurança pública. Por fim, reafirmamos de modo inconteste um projeto de educação contra a barbárie, que convirja para uma sociedade democrática, justa, igualitária, solidária e humana.

Fortaleza, 24 de abril de 2023.

 

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